O que são os distúrbios da hemostasia ?
As alterações congênitas, ou seja, aquelas herdadas geneticamente – de pai para filho – mais comuns são:
- Hemofilia A (Deficiência do Fator VIII da cascata de coagulação sanguínea, conhecida como Hemofilia Clássica) que está mais ligada ao gênero masculino, sendo bastante rara, com uma incidência variando de 30 a 120 homens afetados para cada milhão (30 – 120:1.000.000);
- Hemofilia B (Deficiência do fator IX, também chamada de doença de Christmas) que é 6 vezes menos comum que a Hemofilia A, porém que exige os mesmos cuidados. Ambas Hemofilia A e B podem causar sangramento nas articulações;
- Hemofilia C (Deficiência do fator XI, também conhecida como Síndrome de Rosenthal). É um tipo de hemofilia mais leve, mas que pode se assemelhar com a hemofilia clássica. Afeta tanto homens quanto mulheres e é mais comumente encontrado em descendentes da linhagem judaica Asquenazi. Causa sangramentos tardios pós-operatórios;
- Doença de von Willebrand, que é um distúrbio caracterizado pela lentidão anormal da coagulação do sangue, pode afetar tanto homens como mulheres em uma proporção 1:1, ou seja afeta homens e mulheres na mesma proporção, com uma incidência de 1 pessoa para cada 1.000.
Além dessas, existem as alterações da coagulação sanguínea que são adquiridas, causadas por fatores não genéticos, como os casos de politransfusão, uso de drogas farmacológicas (como a heparina e os cumarínicos), doenças hepáticas e a síndrome da coagulação intravascular disseminada.
De todas essas condições citadas, a Hemofilia tipo A é a mais comum, chegando a ocorrer em 85% de todos os casos congênitos.
Como ocorre a transmissão da hemofilia, como se faz o diagnóstico, quais são os sintomas e como é o tratamento?
O gene da hemofilia é transmitido pelos cromossomos XX. Geralmente as mulheres podem ser portadoras do defeito, mas não ocorrem manifestações clínicas, ou seja, a doença não se manifesta, porém podem transmitir para os seus descendentes do gênero masculino que tenha recebido o cromossomo X materno, formando o cromossomo XY do gênero masculino (sendo que o X é o portador do defeito da coagulação).
O diagnóstico da hemofilia é feito por um exame de sangue que mede a dosagem do nível do fator de coagulação envolvido.
Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias e traumatismos.
O tratamento de hemofílicos basicamente consiste na reposição do fator anti-hemofílico.
O Tratamento Ortodôntico e a Hemofilia
Segundo o Ministério da Saúde, no artigo intitulado “Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes com Coagulopatias Hereditárias” da Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Departamento de Atenção Especializada da Secretaria de Atenção à Saúde, “não há contraindicações para o tratamento ortodôntico em pacientes portadores de coagulopatias”.
O ortodontista deve-se atentar durante a colocação dos braquetes e bandas subgengivais, para que não haja traumatismo nas mucosas e recomendar o uso de cera ortodôntica específica para proteção de traumatismos em mucosas sempre que houver necessidade.
Os tratamentos ortodônticos corretivos podem necessitar de exodontias dos terceiros molares coadjuvantes. Deve-se lembrar que esse é um procedimento de alto risco de sangramento, com indicação de reposição de concentrados de fatores de coagulação previamente.
Portanto, essa recomendação deve ser cuidadosamente avaliada juntamente com o hematologista responsável e, sempre que necessário, o ortodontista deve trocar informações com o hematologista para o melhor atendimento ao paciente hemofílico.
Escrito por:
Adriano Lima GarciaAluno de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT)
Aperfeiçoamento em Cirurgia Oral pela ABO-SE
Estagiário do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital de Urgências de Sergipe
Aluno do Curso de Atualização em CTBMF do Capítulo IV do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
&
Priscila Hawana Alves da Silva
Aluna de Odontologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
Aluna do Curso de Atualização em CTBMF do Capítulo IV do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
Socorrista do PAPS do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ)
Esse tópico foi publicado em 16/05/2012
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Cirurgião Dentista.
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