Saudações, queridos leitores!
É com prazer que eu retorno às atividades do nosso blog, após um curto período sem publicações.
Hoje trago para vocês algo muito comum atualmente. Escrevi agora de manhã baseado nas informações da American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons (AAOMS).
Trata-se do assunto ''Osteonecrose dos Maxilares por uso de Bifosfonatos''.
Divirtam-se!
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A
expectativa de vida é definida como “o número médio dos anos que um grupo de
indivíduos nascidos no mesmo ano pode esperar viver, se mantidas, desde o seu
nascimento, as taxas de mortalidade observadas no ano de observação”, além de
ser um indicador de qualidade de vida.
O
Japão é o país que, atualmente, apresenta a maior expectativa de vida no mundo
(82,73 anos). O Brasil apresenta uma média de 75,04 anos e está em 88º colocado
no ranking mundial.
Com
o aumento da expectativa de vida numa determinada localidade, ocorre obviamente
um aumento na quantidade de idosos. Esse dado é importante para alertar os
profissionais de saúde para os devidos cuidados com o paciente geriátrico. A
pirâmide etária no Brasil está passando por um período de transição para uma
pirâmide invertida, ou seja, em breve haverá maior número de idosos do que
adultos ou jovens.
Os
pacientes geriátricos apresentam uma série de peculiaridades como mudanças nas funções orgânicas próprias da idade além de uma maior frequência e presença de
condições patológicas sistêmicas e locais.
É
fundamental conhecer detalhadamente a fisiologia humana no paciente idoso para
que possamos trata-lo adequadamente. Além disso, esses pacientes podem fazer
uso de vários medicamentos devido a sua condição física/ psicológica
possivelmente debilitada e alguns processos patológicos concomitantes, o que
dificulta a decisão da melhor conduta terapêutica.
Para
obtermos sucesso no tratamento aos pacientes geriátricos é indispensável
realizar uma anamnese detalhada para se estabelecer o correto diagnóstico e
conduta, sem correr riscos de intercorrências que, nesses pacientes, pode
resultar em consequências catastróficas.
Lembre-se: a anamnese é a base para o
correto diagnóstico. Se a anamnese falhar o diagnóstico estará, muito
provavelmente, errado e o tratamento não será o certo, podendo causar outros
problemas mais graves.
Alguns
artigos científicos relatam uma série de complicações, incluindo óbito, no
atendimento a pacientes idosos em odontologia. Portanto, o Cirurgião Dentista
deve conhecer profundamente a fisiopatologia do envelhecimento e a terapêutica
medicamentosa nos pacientes idosos para evitar interações medicamentosas, que
podem ser fatais.
Esta
matéria tem o objetivo de esclarecer os leitores sobre o que são fármacos
Bifosfonatos e relatar a repercussão destes fármacos no organismo.
O que são Bifosfonatos?
Os
Bifosfonatos são uma classe de medicamentos que previnem a perda de massa
óssea.
Alguns autores relatam que determinados Bifosfonatos de alta potência
usados por via endovenosa têm o potencial de modificar a progressão de doenças
malignas, especialmente câncer de mama e próstata. Quando usados por via oral,
os bifosfonatos são usados para tratamento de osteoporose, Doença de Paget e outras
condições associadas à fragilidade óssea.
Exemplo de Bifosfonato: Alendronato Sódico.
Os
bifosfonatos agem regulando a atividade osteoclástica, que são células ósseas
responsáveis pela reabsorção e remodelação óssea, prevenindo, desta forma, a
“perda óssea”. São usados com muita frequência em pacientes do gênero feminino
com idade avançada.
A
FDA (Food and Drug Administration) aprovou recentemente uma nova classe de
drogas chamada de Anticorpos Monoclonais (Denosumab®) para o tratamento de osteoporose em mulheres
pós-menopausa com alto risco de fraturas ósseas e para reduzer a fragilidade
óssea ou sua perda em pacientes com câncer. No entanto esta droga tem um
potencial parecido para desenvolver osteonecrose, como os bifosfonatos.
Quais são seus efeitos nos ossos maxilares?
Os bifosfonatos podem causar necrose óssea nos
ossos maxilares. Sua causa ainda é desconhecida.
O Osso Normal e com Osteoporose.
Fonte: http://clinicaviaoral.com.br/userfiles/image/bisfosfanato.jpg
Os sintomas incluem: exposição óssea, dor
localizada, inflamação dos tecidos periodontais e
mobilidade ou perda precoce
de dentes.
Osteonecrose na mandíbula.
A osteonecrose dos maxilares associada ao uso
de bifosfonatos, no entanto, é frequentemente identificada quando há exposição
óssea na cavidade oral.
Osteonecrose na maxila.
A melhor forma de prevenir esse problema é
evita-lo.
Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento da osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonatos?
1 – Pacientes que fazem uso de bifosfonatos: é
a razão mais comum para o desenvolvimento da doença, mas os fatores
determinantes são a dose e a duração da terapia. Os bifosfonatos usados por via
endovenosa são muito mais potentes do que os usados via oral, isso significa
que o primeiro aumenta consideravelmente o risco de osteonecrose dos ossos
maxilares por bifosfonatos.
2 – Duração do tratamento com bifosfonatos:
parece haver uma estreita relação entre a duração do tratamento e o risco de
desenvolvimento de osteonecrose dos maxilares.
3 – Procedimentos Odontológicos: cirurgias
dento-alveolares e periodontais, além de instalação de implantes dentários
osseointegrados são procedimentos de risco para desenvolver osteonecrose dos
maxilares em pacientes que fazem uso de bifosfonatos.
Os estágios da Osteonecrose dos Maxilares Associada ao uso de Bifosfonatos
No primeiro estágio da doença é possível
observar exposição óssea sem relação com doença ou inflamação dos tecidos moles
adjacentes ao osso.
No segundo estágio notam-se áreas de exposição
óssea com dor acompanhada de inflamação ou infecção dos tecidos moles e duros.
No terceiro estágio, considerado o mais
avançado da doença, o sinal mais significante é a fratura óssea. Além disso,
tem-se uma extensa exposição óssea junto com inflamação ou infecção dos tecidos
moles e duros.
O que pode ser feito para prevenir a Osteonecrose dos Maxilares por Bifosfonatos?
Realizar uma consulta prévia ao Cirurgião
Dentista, antes de começar o tratamento com Bifosfonatos.
O Cirurgião Dentista em sua anamnese deve
questionar o motivo do uso da medicação, a duração do tratamento, a forma de
administração do fármaco e a dose. Além disso, deve alertar e motivar o
paciente quanto aos cuidados com a higiene oral e o auto-exame da cavidade oral
regularmente. O diagnóstico precoce permite ao profissional e ao paciente um
tratamento mais efetivo, rápido e com uma melhora significativamente melhor.
Como é o tratamento nesses casos?
O tratamento pode incluir irrigação e enxágue
com soluções antimicrobianas, antibióticos para controlar a infecção e, em
casos mais avançados, a remoção das zonas necróticas ósseas, além de uma série
de condutas que se mostram bastante eficazes na redução da sintomatologia
dolorosa e da irritação tecidual, utilizando próteses ou protetores teciduais.
O Cirurgião Buco-Maxilo-Facial é o profissional
da saúde com experiência e habilidades necessárias para o tratamento e
prevenção da Osteonecrose dos Maxilares por Bifosfonatos.
Espero que, com essa matéria, várias dúvidas tenham sido esclarecidas.
Um grande abraço e fiquem com Deus!
Escrito por:
Adriano Lima Garcia
Estudante de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT)
Estudante de Odontologia da Universidade Tiradentes (UNIT)
Aperfeiçoamento em Cirurgia Oral pela ABO-SE
Estagiário do Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial do Hospital de Urgências de Sergipe
Estudante do Curso de Atualização em CTBMF do Capítulo IV do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
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